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sábado, 20 de agosto de 2011

Fragmento de ribalta.

Que sentimento estranho de perda me assola agora, que falta de ar... Que agulhada profunda é essa que atravessa meu coração, lágrimas preenchem meus olhos e deslizam em minha face... Minha amada arte se foi para atividade mais rentável entrar em minha vida, que rentabilidade é essa que traz dinheiro envolvido em dor e lamento, que priva minhas lembranças mais alegres e proíbe o ato cênico por puro amarro econômico, por pão suado, por atividades repetitivas que não me são inerentes por boa vontade ou aptidão. Minha cortina se fechou em escuridão profunda, não vejo mais o palco que piso, o calor uterino dos refletores não mais me acalentam, meu proscênio agora é uma mesa onde assino papéis mortos, cadê os aplausos que anunciam o fim da efêmera aventura? Sumo em meio a lembranças esfumaçadas de um passado feliz onde a vida confundia-se com a arte e o teatro era o meu único e verdadeiro amor...

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