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sábado, 20 de agosto de 2011

Fragmento de ribalta.

Que sentimento estranho de perda me assola agora, que falta de ar... Que agulhada profunda é essa que atravessa meu coração, lágrimas preenchem meus olhos e deslizam em minha face... Minha amada arte se foi para atividade mais rentável entrar em minha vida, que rentabilidade é essa que traz dinheiro envolvido em dor e lamento, que priva minhas lembranças mais alegres e proíbe o ato cênico por puro amarro econômico, por pão suado, por atividades repetitivas que não me são inerentes por boa vontade ou aptidão. Minha cortina se fechou em escuridão profunda, não vejo mais o palco que piso, o calor uterino dos refletores não mais me acalentam, meu proscênio agora é uma mesa onde assino papéis mortos, cadê os aplausos que anunciam o fim da efêmera aventura? Sumo em meio a lembranças esfumaçadas de um passado feliz onde a vida confundia-se com a arte e o teatro era o meu único e verdadeiro amor...

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Meio Cheio

Estou aqui mais uma vez tentando animar-me sem êxito, acordei sem vontade de acordar, abri meus olhos quando queria sonhar.
Estou meio cheio de perspectivas que não se concretizam, de projeções que não se materializam, estou me acostumando a aceitar o que vem, começando a aceitar a realidade e saindo um pouco das possibilidades.
A cada dia a porta se fecha mais um pouco, meus sonhos vão tentando passar pelo vão cada vez mais apertado, temo que um dia ela se feche por completo e nem um sonho mais passará, ficarão do lado de fora esperando que alguém abra a porta. Frestas me interessam, mas elas estão cada vez mais raras e, como tudo que é raro, mais caras e caras.
Temo o imprevisível erro na tentativa de um acerto, poucas fichas para apostar, poucas sortes, poucos sorrisos, pouca grana, pouca ironia, muitas tentativas.
Meio cheio é quase vazio, não existe meio feliz, meio triste, meio é meio, não inteiro, sou meio cheio e quase incompleto, na verdade sou imperfeito e quase não me vejo, faz tempo que não procuro um espelho.